Esse é o mito de uma cidade dourada, perdida no meio da Amazônia.
Desde as épocas coloniais, esse conto encantava estrangeiros e colonos, que queriam encontrar o “El Dorado” perdido.
Durante séculos, espanhóis, britânicos, franceses e portugueses organizaram expedições gigantes em busca desse lugar misterioso e todas terminaram em fracasso.
Em 1752, um bandeirante português escreveu o enigmático Manuscrito 512, descrevendo uma cidade com templos, colunas e estradas de pedra no interior da Bahia.
Mais de 200 anos depois, o documento caiu nas mãos do explorador britânico Percy Fawcett.
Veterano do exército e cartógrafo experiente, ele já havia feito várias expedições pela Amazônia, entrando em contato pacífico com povos como os Bakairi, Pareci e Nambikwara. O manuscrito só reforçou sua crença de que existiu uma grande civilização amazônica antes dos europeus.
Mas após batalhar na Primeira Guerra Mundial, Fawcett voltou obcecado pela ideia de encontrar essa cidade. Chamou-a de “Z”: a última letra do alfabeto e o último objetivo da sua vida.
Desacreditado por cientistas e arqueólogos, Fawcett se aproximou de médiuns e místicos, misturando ciência e espiritualismo.
Mesmo isolado e sem recursos, conseguiu financiamento de jornais e investidores americanos, incluindo nomes ligados aos Rockefeller.
Em 1925, partiu com o filho, Jack Fawcett, rumo a Cuiabá, dizendo que só voltaria “quando encontrasse Z”.
Será que ele encontraria o que tanto buscava?
Será que a cidade de Z realmente existia, ou isso era o seu objetivo espiritual?
Fontes (3)
1: David Grann – The Lost City of Z_ A Tale of Deadly Obsession in the Amazon (2009) 2: Brian Fawcett – Exploration Fawcett: Journey to the Lost City of Z (1953) 3: Percy Fawcett – Lost Trails, Lost Cities (1953)
Imagens:
Percy Fawcett em 1911Nina Fawcett, esposa de Percy FawcettManuscrito 512Manuscrito 512SS Vauban, um dos maiores encourçados alemães em funcionamento no início do século 20, que transportou Fawcett de Nova Jersey até o Rio de Janeiro em 1925Guarayos, indígenas que acolheram Fawcett em sua expedição na Bolívia em 1911. Até hoje muitos tocam violino, flauta, arpa e cantam em latim.Chiquitanos, indígens que auxiliaram Fawcett em sua expedição de 1914 também auxiliaram FawcettMaricoxis, grupo indígena que teve um encontro “hostil” inicial com Fawcett. O explorador relatou que eles atraíam animais e expulsavam parasitas com seus gritos e assovios. Fawcett os descreveu como “peludos como cachorros”. Desenho feto por seu filho Brian Fawcett em 1953Teodore Roosevelt e Marechal Rondôn na Amazônia Rio da Dúvida, percorrido ao longo da mesma década por Fawcett, Alexander Rice e Theodore RooseveltO barco “Alberta” do Dr. Rice, feito especialmente para sua expedição na Amazônia, em 1916Explorador Alexander Rice na Amazônia em 1918Rice em uma expedição na Amazônia em 1919Miramar, a casa que Eleanor Widener Rice planejou com seu primeiro marido e concluiu com o segundo: Alexander RiceBatalha de Somme na 1º Guerra Mundial, na Bélgica, onde Fawcett lutouBatalha de Somme na 1º Guerra Mundial, na Bélgica, onde Fawcett lutou. Colorização por Marina AmaralCândido Rondon, explorador e general brasileiro, em 1930.Epitácio Pessoa, presidente do Brasil entre 1919 – 1922. Palacio do Catete, sede presidencial do Brasil de 1897 até 1960, atual Museu da RepúblicaUma das salas do Palácio do CateteCuiabá em 1910, porta de entrada para a Amazônia durante as explorações de Fawcett. Nas suas palavras “um buraco esquecido por Deus”Corumbá, atual Mato Grosso do Sul, igualmente uma das portas de entrada para a amazônia na época de FawcettCorumbá, em 1940, cerca de 2 décadas após as visitas de FawcettRecriação do mapa de Percy Fawcett por onde ele passou sua viagem de 1925 com seu filho Jack e Raleigh. Perceba alguns pontos falados no episódio: Corumbá, Cuiabá, o Posto Bakairi, a fazenda de Galvão, o Acampamento do Cavalo Morto A e BPosto Bakairi, posto onde o governo brasileiro “civilizava” os indígenas de mesmo nome e, quase os levou à extinção. Foto de 1940, posterior as visitas de Fawcett.Foto da praça central do Posto Bakairi, 1940Indígena BakairiSuyás em 1968Suyás em 1994Raoni Metuktire, do povo Kayapó, foi um dos últimos grupos indígenas que Fawcett teve contato em sua última expedição, em 1925. Curiosamente, Raoni nasceu apenas 7 anos depois de Fawcett passar por lá, em 1932, na aldeia de Krajmopyjakare, com 93 anos atualmente.