Dubai é um milagre econômico? #18
A cidade de Dubai nos Emirados Árabes Unidos foi durante grande parte de sua história um pequeno posto comercial, crescendo apenas na década de 60, após descobertas de grandes reservas de petróleo.
O petróleo levou a um afluxo maciço de trabalhadores estrangeiros. Como resultado, a população da cidade entre 1968 e 1975 cresceu mais de 300%. Contudo, hoje o petróleo representa menos de 1% do PIB do país.
Embora com um rápido crescimento econômico, mais de 90% da população do país é estrangeira – grande parte construção civil e serviços domésticos estão em situações análoga à miséria.
Mal pagos e mal alojados, têm sido submetidos a formas de exploração comparáveis às vigentes durante a Revolução Industrial, sendo muitas vezes obrigados a trabalhar sob temperaturas que podem superar 50 °C, com violação dos direitos humanos. São frequentes os casos de suicídio entre os operários, de morte por ataques cardíacos e de maus tratos.
Infelizmente, isso não é algo exclusivo dos Emirados Árabes. Em todos países da Península Arábica, que envolve a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Bahrein, Kuwait, Qatar e Iêmen, operam sobre o Sistema de Kafala, um sistema empregatício que permite o empregador a ter controle para onde o trabalhador transita, sua jornada de trabalho e do seu salário (não há salário mínimo nessas regiões).
Um dos exemplos mais notáveis está sendo o Catar, que foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2022. O Catar é o país com o maior IDH do Oriente Médio, mas contraditoriamente a embaixada da Índia do Catar já registrou mais de 300 relatos de trabalhadores indianos que estão sem salários há mais de 4 meses em 2019.
Portanto, a Península Arábica, e mais especificamente, os Emirados Árabes seriam um milagre econômico?
Cardápio da semana (dicas culturais): Filme: Lawrence of the Arabia (1962) Reportagem da Vice News em 2016 Estudo e reportagem do Anistia Internacional sobre trabalhadores na Copa do Mundo de 2022 no Catar Manga 2001 Nights (1987) Série For all Mankind (2019)
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