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Homoafetividade no Brasil Higienista #48

Durante boa parte da história brasileira, sentir atração pelo mesmo sexo foi considerado um “desvio da personalidade” por médicos e autoridades.

Psiquiatras e médicos encaminhavam gays à manicômios, onde através de tratamentos hormonais “revertiam” a orientação sexual de homens e mulheres.

No Brasil Império do século 19, combater a “sodomia” era o papel religioso de muitas igrejas, que considerava a atitude um “pecado nefando”.

Com a ascensão da República e do pensamento higienista, esse papel passou a ser exercido pelo governo republicano.

Os higienistas, através de um discurso científico, atribuíam a homoafetividade à distúrbios psicológicos, familiares ou hormonais.

A “medicina preventiva” cunhada pelo médico Leonídio Ribeiro, buscava prevenir a existência de gays pela sociedade.

Leonídio inspirou uma série de higienistas que incentivou familiares, professores ou chefes de empresas a denunciar homoafetivos ao governo.

Para os higienistas, no Brasil só havia espaço para o “pai higiênico” – uma figura que deveria primordialmente “trabalhar e fornicar”.

Leonídio elaborou teorias para identificar visualmente um gay, através de seu rosto, quadris, ou cores de suas roupas.

“Os uranistas (homossexual) são inaptos a assobiar. Apresentam ausência de pelos no tórax e têm mais gosto pelas roupas verdes”

Mesmo com a repressão sistemática, homens e mulheres gays cada vez mais constituíam famílias no Brasil de 1900.

A partir de 1910, um rico acervo cultural e musical foi produzido por esses grupos, frequentando parques e espaços característicos em SP-RJ.

No Brasil pré-colonial, a relação homoafetiva não possuía o mesmo tabu entre os nativos quanto na Europa.

Quando desembarcaram no litoral brasileiro, europeus a consideravam como um dos “pecados nefandos” mais graves.

Com a justificativa de “purificar a terra de suas maldades”, os franceses executaram um tupinambá tibira (“afeminado”) em 1612, com o uso de um canhão.

Esse foi primeiro caso de homofobia registrada, em São Luís, No Maranhão.

Hoje, no local onde foi morto, foi erguido um monumento que mais se parece com uma lápide, na praça Marcílio Dias, onde tá escrito “1º caso de Homofobia do Brasil”,

Fontes

Leonídio Ribeiro:

https://www.scielo.br/pdf/rlpf/v13n3/a08v13n3.pdf

https://www.encontro2020.rj.anpuh.org/resources/anais/18/anpuh-rj-erh2020/1600113197_ARQUIVO_653379b3ec84cdcfa387cbb38df81750.pdf

O Direito de Curar:

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4675430/mod_resource/content/1/Texto%20te%C3%B3rico%20sobre%20homossexualidade.pdf

Medicina preventiva:

https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10790/10790.PDF
https://www.scielo.br/pdf/icse/v24/1807-5762-icse-24-e200043.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4675430/mod_resource/content/1/Texto%20te%C3%B3rico%20sobre%20homossexualidade.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rlpf/v13n3/a08v13n3.pdf

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epos/v4n1/07.pdf

https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10790/10790.PDF:
https://mashable.com/2015/02/20/history-of-vibrators/#:~:text=Dr.,installation%20in%20the%20doctor’s%20surgery.

Indicações Culturais

Podcasts:

– Bichasnerd

– MDMonas

– SÓQNÃO,

– HORA QUEER

– LGBT NEWS BRASIL

Livros

– A Construção da Igualdade – Edward MacRae

– Ditadura e Homossexualidades: Repressão, Resistência e a Busca da Verdade – Renan Quinalha e James N. Green

– Frescos Trópicos – James N. Green e Ronald Palito

– História do Movimento LGBT no Brasil – Renan Quinalha, James N. Green, Marcio Caetano, Marisa Fernandes.

– Homossexualidade: Da Opressão à Libertação – Hiro Okita

– Homossexualidade: Sociedade, Movimentos e Lutas – Cadernos AEL

Filmes

-Temporada de caça, 1988

– Hoje eu quero voltar sozinho, 2014

– “Meu Amigo Claudia”, 2009

– Para Sempre Teu, 2014

-Tinta Bruta, de 2018

– Meu corpo é político, 2017

– Super Drags, 2018

– Corpo Elétrico, 2018

– Flores Raras, 2013

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