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Os Movimentos de Ódio nos EUA – Parte 2 #103

Nesse século 21 os Estados Unidos já iniciaram duas guerras fora do seu país: uma no Iraque e outra no Afeganistão.

Os flagelos desses conflitos retornaram até os EUA, curiosamente, através dos próprios soldados que deveriam proteger o país. 

Radicalizados, os veteranos de guerra acabaram tornando-se os principais responsáveis por fundar uma série de grupos supremacistas e neonazistas. Utilizando seu conhecimento bélico, eles foram responsáveis diversos atentados à bomba e tiroteios contra aqueles que consideravam “inimigos da América”

Inspirando-se diretamente na antiga Klu Klux Klan, os grupos de ódio  nos EUA proliferaram nos últimos anos, adotando uma tática e ideologia militar em seu cerne.

Como exemplo, o fundador do grupo neonazista “Atomwaffen”, Brandon Russell, é veterano da guerra do Iraque, enquanto o fundador do grupo neonazista “A Base”, Rinaldo Nazzaro, trabalhou no serviço de inteligência dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Quando a Invasão do Capitólio em Washigton DC ocorreu nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, dos 897 indiciados, 118 tinham antecedentes militares. 

Outros grupos de ódio como os Proud boys, A Base, Three Percenters e integrantes do Movimento boogaloo, são apenas alguns dos vários exemplos de grupos extremistas ativos hoje no país hoje.


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Dicas Culturais:

  • “The KKK vs. the Crips vs. Memphis City Council”,

    Documentário de 2013, produzido pela Vice, que conta uma confusão local, em uma pequena região dos EUA, que parece quase como um prelúdio do que viria acontecer em todo o país em anos seguintes.

    No Forrest Park, na cidade de Memphis, há uma estátua de Nathan Bedford Forrest, um dos racistas mais infames e poderosos da história americana: O fundador da primeira Klan. No incio da década de 2010, o local acabou virando o centro dos conflitos sociais da cidade, envolvendo a KKK, as brigas com o governo, e a presença de membros de uma gangue local que têm algumas ideias bem legais sobre o que fazer com os caras da Klan. O documentário de 4 partes vocês acham inteirinho no youtube, e é até meio doido você ver a cara de pau dos Klansmen fazendo churrasco e realizando eventos uniformizados, em plena luz do dia, isso a apenas 10 anos atrás.
  • “Why I, as a black man, attend KKK rallies”,

    Uma palestra da TED talks onde a gente ouve sobre a experiência de vida de um cara chamado Daryl Davis, um músico que usando empatia e conversa, sim, muita vezes apenas uma conversa honesta, passou a vida tentando resgatar pessoas e tirar elas da Klan. Ele fez tantas pessoas renegarem a organização, que ele tem uma coleção de uniformes da KKK, dados a ele por pessoas que ele conseguiu fazer renegarem o racismo e a bolha de alienação que é a Klan.
  • “Documenting Hate: New American Nazis”

    Um filme de 2018 que explica como grupos nazistas estadunidenses estão proativamente recrutando membros das forças armadas dos EUA. Você encontra o filme inteiro no youtube.
  • Who are the Proud Boys?”,

    Produzido pelo programa de TV SBS Dateline, que mostra as dinâmicas sociais, os laços de amizade e laços ideológicos que fazem parte dos vários clubes que compõem a organização Proud Boys, que segundo eles próprios, é um grupo de homens que dizem estar defendendo uma nova classe oprimida, uma nova minoria: o jovem homem solitário, maltratado pela pressão da sociedade moderna.

  • “America’s Book of Secrets”,

    Uma série documental dirigida pelo maravilhoso Ken Burns, o responsável por alguns dos melhores documentários sobre a história dos EUA. Em um dos episódios dessa série, chamado “American Nazis”, nos é mostrado que existiam, por volta de 2013, cerca de 200 grupos neonazistas operando  nos Estados Unidos, grupos que eram fortemente aliados e que faziam parte de uma rede de vários outros grupos de ódio e de supremacistas brancos, organizando eventos e promovendo recrutamento de novos membros, especialmente  jovens, usando a internet.
  • White Right: Meeting the Enemy (2017)

    Um documentário filmado no momento certo, bem no periodo onde estava crescente o numero de grupos de supremacia branca. A diretora do filme, Deeyah Khan, ela estava inclusive filmando o comício de Charlottesville, onde rolou o evento da Unite the Rigth e a manifestante antifascista Heather Heyer foi morta. Ao entrevistar supremacistas brancos, a diretora é franca sobre sua identidade muçulmana e sobre o fato dela ser de esquerda, mas, em vez de envolver os homens entrevistados em debates ideológicos acalorados, ela se concentra em estudar, entender as suas emoções, e assim, faz uma análise de como seus sistemas de crenças estão relacionados com suas relações sociais, e como isso os  afeta pessoalmente.

Fontes:

  • The Second Coming of the KKK: The Ku Klux Klan of the 1920s and the American Political Tradition, de Linda Gordon.
  • Blood in the Face: The Ku Klux Klan, Aryan Nations, Nazi Skinheads, and the Rise of a New White Culture, de  James Ridgeway.
  • Blood in the Face (revised new edition): White Nationalism from the Birth of a Nation to the Age of Trump, de James Ridgeway.
  • White Evangelical Racism: The Politics of Morality in America, de Anthea Butler.
  • Atentado de Oklahoma City

https://metaldevastationradio.com/last-podcast-on-the-left/youtube/34316/episode-274-oklahoma-city-part-i-the-day

  • Hooded Americanism: The History of the Ku Klux Klan, de  David M. Chalmers.
  • O Xerife Negro: No Tribunal da Ku Klux Klan, de J. Aphonso 
  • KLAN: Killing America: The original stories of the Ku Klux Klan, de Ken Rossignol 
  • Infiltrado na Klan: Desmascarando o ódio, de Ron Stallworth, uma história real que inspirou o filme.
  • Ruby Ridge – documentário da American Experience, da PBS
  • Crimes of the Century – Waco

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