Um ARQUITETO NEGRO na SÃO PAULO ESCRAVOCRATA: TEBAS #123

Você conhece a história de TEBAS?

Esse era o apelido do Joaquim Pinto de Oliveira, um dos MAIORES ARTESÃOS do Brasil colônia.

Alguns diziam que ele era branco, ou que SEQUER EXISTIU.

Tebas dominava uma técnica revolucionaria: construir e esculpir edifícios utilizando a PEDRA. Na época, a maioria das casas do Brasil eram construídas de BARRO.

Mesmo negro escravizado, isso não o impediu de se tornar um dos maiores mestres de obras de São Paulo.

Seu salário era maior que muitos brancos que trabalhavam na mesma função.

Nascido em Santos em 1721, sendo escravizado de Bento de Oliveira, ele se mudou para São Paulo aos 30 anos de idade.

Logo em seguida, ele foi contratado para construir igrejas, monumentos públicos, calçadas e até sistemas de esgoto utilizando a pedra.

Eventualmente, ele processaria seus próprios mestres para adquirir sua própria liberdade.

Após sua morte seu nome não foi mencionado por quase 100 anos.

Por que será? 🤔

Aparentemente, não era interesse da Coroa Portuguesa, nem do Império ou da República do Brasil, enaltecer os personagens negros da sua história.

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Fontes (3):

1: Livro: Tebas: Um Arquiteto Negro na São Paulo Escravocrata – Abilio Ferreira (2018)
2: Arte Fora do Museu: Tebas
3: A cidade de São Paulo e Tebas (1721 – 1811),

Dossiê Visual:

Construção Típica de São Paulo no século 18: casas de barro e taipa

Casa do Butantã, feito de taipa de pilão

Casa de Taipa de Pilão em Anhanguera, em Santa de Parnaíba.

Capela de São Miguel feito de taipa de pilão em São Paulo

Sítio Santo Antônio, em São Roque, São Paulo, feito de taipa de Pilão. Leia mais sobre casas bandeirantes preservadas em São Paulo em: https://www.rotaagroecologica.com/single-post/2016/09/30/taipa-de-pil%C3%A3o-e-o-estilo-colonial-paulista

São Paulo: Câmara Municipal no século 17

São Paulo: Ladeira do Colégio – 1860 pintura de Benedito Calixto

São Paulo: Ladeira do Carmo em 1860, pintura de Benedito Calixto

Morgado de Matheus: Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão o “governador” de São Paulo entre 1765 e 1775

Alguns artífices Negros no Sudeste Colonial no meio do século 18:
Aleijadinho:

Antônio Francisco Lisboa em quadro póstumo, autor desconhecido

Frei Jesuino do Monte Carmelo:

Leia mais em: https://memoriasantista.com.br/frei-jesuino-um-santista-icone-da-arte-barroca-colonial/

Tebas:

Cândido Portinari. Preto (Cabeça De Negro), 1934

Edifícios que Tebas trabalhou:

1: Recolhimento Santa Teresa (1755)

2: Mosteiro São Bento (1766)

3: Torre da Igreja da Sé (1765 – 1760) e Fachada (1767 – 1770)

4: Fachada da Ordem Terceira do Carmo (1772 – 1777)

5: Fachada da Ordem Terceira do Seráfico de são Francisco (1783)

6: Chafariz da Misericórdia (1792)

Local atualmente do Chafariz, nas atuais ruas Quintino Bocaiuva, Direita e Álvares Penteado. Leia mais em: https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2020/12/o-chafariz-da-misericordia-o-primeiro.html

7: Cruzeiro de Itu (1795)

Abílio Ferreira: escritor e autor do livro de “Tebas: O Arquiteto Negro na São Paulo Escravocrata” fonte primária desse podcast

Homenagem feita pelo Google à Tebas em 2020

Estátua de Tebas: o artista Lumumba Afroindígena e a arquiteta Francine Moura, responsáveis pela obra

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Dicas Culturais (4)

1: Transformação do Convento Santa Teresa por Henrique O Voador

Recolhimento Santa Teresa: 1760 vista da rua

Atual local do Recolhimento Santa Teresa

2: Samba de Geraldo Filme sobre Tebas (1974)

(https://www.ouvirmusica.com.br/gres-paulistano-da-gloria/samba-enredo-1974-praca-da-se-sua-lenda-seu-passado-seu-presente/)

3: A instalação da estátua de Tebas

4: Cristal: Epifania

5: Crônica na Bagagem: Livro Brasis Adentro