KKK: O Império Invisível #99

A Klu Klux Klan foi um verdadeiro império que conquistou o coração e mentes de milhões de habitantes dos Estados Unidos.

Embora não tivesse capital, nem imperador, o império da Klan era invisível, pois estava em todo lugar do país.

Com milhões de integrantes, milhares de financiadores e centenas de pessoas capazes de protegê-la, a Klan foi responsável por vigiar e punir qualquer um que desvirtuasse de seus princípios.

Tendo como seus princípios a defesa da raça anglo-saxã, defesa do protestantismo e a oposição aos relacionamentos interraciais, a Klu Klux Klan atuou como uma verdadeira autoridade em espaços rurais e urbanos durante os Estados Unidos durante mais de um século.

Em muitas localidades, seu poder superava o de xerifes, prefeitos e governadores. Estava nas mãos da Klan e de seus “cavaleiros” o poder de tirar a vida de qualquer um que quisesse.

Qualquer um que se opôsse aos seus valores, ou simplesmente existisse dentro de territórios da Klan – sendo imigrantes ou afro-americanos – corriam risco de vida.

A organização lançou as raízes na política e na sociedade de todos os Estados Unidos, cujos valores reverberam até hoje.

Fundada em 1865, logo após o fim da guerra civil, a KKK teve, no seu auge, por volta dos anos 1920, mais de 6 milhões de associados oficiais, isso sem contar suas células paralelas e grupos aliados.

A organização teve, entre seus associados, governadores, delegados, militares, legisladores e empresários, que muitas vezes eram amparados pela lei.

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Fontes

– Hooded Americanism: The History of the Ku Klux Klan, de David M. Chalmers.

– The Second Coming of the KKK: The Ku Klux Klan of the 1920s and the American Political Tradition, de Linda Gordon.

– KLAN: Killing America: The original stories of the Ku Klux Klan, de Ken Rossignol

– Black Klansman: A Memoir, de Ron Stallworth

– O Xerife Negro: No Tribunal da Ku Klux Klan, de J. Aphonso

Dicas Culturais:

– BlacKkKlansman, de 2017, onde é contada a extraordinária história do policial afro-americano que se infiltrou na Ku Klux Klan nos anos 70.

– The Aryans, de 2014, é um documentário que mostra a jornada pessoal de Mo Asumang, uma afro-alemã que encarou de frente o racismo, entrevistando membros de movimentos de extrema-direita e neo-nazistas. A documentarista foi até protestos de neonazistas na Alemanha e entrevistou líderes da Klu Kux Klan nos E.U.A.

– C.S.A.: The Confederate States of America (2004), Através dos olhos de um “documentário” britânico, este filme dá uma olhada satiricamente bem-humorada na história de uma América onde o Sul venceu a Guerra Civil.

– Klansville U.S.A. (2015), um documentário da série American Experience, investiga as razões pelas quais a Carolina do Norte, vista por muito tempo como o estado mais progressista do Sul, tornou-se o lar da maior organização Klan do país, com mais membros do que todos os outros estados do sul juntos, durante a década de 1960.

– Um Estado de Liberdade (2016), que mostra as complexidades internas de quem lutava pelos estados confederados.

– Mississippi Burning (1988), mississippi em chamas, excelente obra de arte com o Gene Hackman e Willem Dafoe, que interpretam dois agentes do FBI que estão investigando as ações da Klan nos anos 50. Filme imperdível, e baseado em fatos reais.

– A série de TV ROOTS, de 1977, que conta a história de Kunta Kinté, um africano da atual Gâmbia que é sequestrado e levado para o leste dos Estados Unidos em 1767. A cada temporada da série, é abordado um novo personagem, todos descendentes de Kunta Kinté, que enfrentam os diversos obstáculos raciais que os EUA imporam a sua população afro-americana.

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